É isso. Adeus, Leme. Estou partindo e te deixando. Vou sentir saudade de seu ar provinciano. Posso dizer que amei enquanto vivi aqui. Amei sua praia tranquila. Amei suas pracinhas e até o cheiro da marola que emana delas 24 horas por dia. Preciso me despedir do Naldo e de sua banca de jornal, e do salão de beleza da Mara.
Adeus, minha adorável Rotina. O sinal da Avenida Princesa Isabel sentirá minha falta. O Subway vai ter uma queda significante na venda dos sanduíches de rosbife. A rua Gustavo Sampaio chora a minha ausência, assim como os poetas e sambistas do Posto 1. E os banquinhos da orla já não têm mais minhas reflexões.
É triste dizer adeus. Se eu pudesse, levava daqui muitas coisas, a principal delas seria a minha janela. Ah, minha doce janela... através de seus vidros vi a maior lua dos últimos 18 anos. Vi casais de namorados caminhando de mãos dada pela orla, vi gringos dando belas gorjetas para o segurança do "American Bar". Preciso agradecer pelos belíssimos dias que te faziam parecer a moldura de um quadro. Daqui vi o pôr-do-sol e o aplaudi juntamente com os gigantes do Arpoador. Adeus praia, vou sentir falta de suas espumas vindo me acordar nas manhãs de domingo.
Acredito que o n° 60 da Princ. Isabel vai guardar boas lembranças de minha passagem. Afinal, foi debaixo de seu teto que dei boas vindas ao novo ano e pedi, PELO AMORRR, que ele fosse melhor que o anterior. Foi também palco de inúmeras crises e comemorações, marcando uma fase de grandes mudanças na vida dos que lá viveram. Se Neruda fosse vivo poderia me ajudar a nomear essa "casa" como fez com todas por onde passou. Pra mim, o melhor seria chama-la de 'La Transformación'.
Adeus Passado, OLÁ Futuro. Espero que você seja tão doce quanto o churros que vende no metrô. :)
Um comentário:
Eu amei esse texto! Quanta sensibilidade, que maneira gostosa de falar do cotidiano.
Tb sentirei falta da sua janela.
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